A dispensa de medicamentos no atual quadro regulamentar português não é uma atividade economicamente viável. O estudo “Economia da Farmácia Comunitária: Sustentabilidade da Dispensa de Medicamentos em Portugal – 2017, 2018 e projeções 2019”, coordenado pela Universidade de Aveiro, demonstra as dificuldades económicas que as farmácias comunitárias enfrentam.
As farmácias são o principal empregador de farmacêuticos no país, gerando um volume de negócios de cerca de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB), refere o estudo agora divulgado.
A sua atividade depende profundamente de orientações políticas, medidas orçamentais ou de objetivos de redução da despesa em saúde, sendo também evocadas neste trabalho da Universidade de Aveiro as medidas pró-concorrenciais impostas durante o período em que o país cumpriu o programa de assistência internacional financeira.
Os dados relativos a 2018 revelam que 71,5% das farmácias tiveram um resultado negativo. A farmácia média teve um resultado líquido negativo de 17.537€ e uma rentabilidade das vendas negativa em 2%.
As projeções para 2019 apontam para o aprofundamento destes resultados, embora a um ritmo mais lento.
O estudo conclui que a dispensa de medicamentos sujeitos a receita médica e não sujeitos a receita médica não é economicamente viável.