A Agenda da Juventude para a Saúde 2030 é o resultado de um trabalho desenvolvido pelo CNS, em conjunto com a Federação Nacional de Associações Juvenis e a Direção Geral de Educação, que promoveram várias iniciativas destinadas a identificar as preocupações e prioridades das crianças e jovens, com vários momentos de auscultação, questionários e debates públicos e em meio escolar.
A Agenda centra-se nas áreas que estas crianças e jovens consideraram prioritárias para a sua saúde na próxima década: a promoção do bem-estar físico e psicológico, a educação para a sexualidade, a prevenção do tabagismo e de outros comportamentos aditivos, a promoção da alimentação saudável e da atividade física, e a prevenção da violência (incluindo o bullying e cyberbullying).
As propostas dos participantes foram integradas em quatro níveis de atuação: acesso a informação e formação em saúde promotora de comportamentos saudáveis; garantia de acesso a cuidados de saúde; fomento de ambientes saudáveis; e participação das crianças jovens na definição e avaliação de intervenções em saúde.
Relativamente ao primeiro nível, a Agenda propõe que a informação em saúde seja apresentada numa linguagem adequada aos vários grupos etários, acessível nas plataformas digitais e amplamente divulgada em campanhas desenhadas para e com crianças e jovens.
Refere ainda que as atividades de promoção da saúde devem estar integradas nas atividades letivas regulares e que alunos, encarregados de educação, pessoal docente e não docente devem conhecer os sinais de alerta para identificar perturbações na saúde psicológica, vítimas de violência, bullying e cyberbullying, e ter conhecimento sobre como agir e onde obter apoio.
Quanto ao acesso a cuidados de saúde, sugere-se que as unidades de saúde familiar devem estar também dotadas de psicólogos, nutricionistas, médicos dentistas e assistentes sociais para uma resposta integrada e transversal. O planeamento familiar deve ser alargado a todos os jovens, sem limitação de género, seguindo uma visão de saúde sexual e mantendo a gratuitidade.
Na área dos ambientes saudáveis, uma das medidas propostas indica o direito a ter acesso a produtos alimentares saudáveis, devendo ser criadas formas que facilitem o acesso à aquisição desses alimentos. Defende, também, que o preço do tabaco, álcool e alimentos ricos em açúcar, gorduras saturadas ou sal devem desincentivar a sua aquisição e que as políticas fiscais devem incentivar a compra de alimentos saudáveis e promover a atividade física.
A quarta área de atuação destaca que deve se deve promover o respeito pela diferença e reduzir o estigma e discriminação perante qualquer diferença, seja ela racial, étnica, de género, de identidade ou outra.
Consulte a Agenda da Juventude para a Saúde 2030.