A Ordem dos Farmacêuticos (OF) manifestou ao Governo Regional dos Açores e da Madeira a disponibilidade dos farmacêuticos comunitários das regiões autónomas para colaborarem com as autoridades de saúde no aumento da cobertura vacinal das respetivas populações. Em carta dirigida aos presidentes dos Governos Regionais e secretários Regionais, o bastonário sugeriu o envolvimento dos profissionais que representa na estratégia de vacinação contra a gripe e a COVID-19, pela “segurança, proximidade, conforto e disponibilidade que os farmacêuticos oferecem no acesso ao serviço de vacinação”.
A OF sublinhou alguma incompreensão pelo não envolvimento
dos farmacêuticos das regiões autónomas nas respetivas estratégias de
vacinação. Atualmente, mais de seis mil farmacêuticos têm a competência em
administração de vacinas e medicamentos injetáveis ativa e podem assim administrá-los
aos seus utentes, em absoluta segurança, sem que tenham sido reportadas situações
que justifiquem a sua reavaliação.
O serviço é igualmente disponibilizado nas farmácias do
continente e das regiões autónomas, há quase 16 anos, o que tem permitido,
todos os anos, a vacinação de milhares de utentes contra a gripe, hepatite,
pneumocócica, meningite, papiloma humano, entre muitas outras doenças.
No ofício dirigido às autoridades locais, o bastonário
recorda ainda a decisão da Justiça sobre a competência dos farmacêuticos para a
administração de vacinas. “A OF não alimentará a discussão sobre um tema que
considera corporativo e anacrónico, mas continuará sempre disponível para colaborar
com as demais profissões em todas as matérias que contribuam para melhorar o
acesso e a qualidade dos cuidados de saúde prestados aos cidadãos”, pode ler-se
na carta enviada ao Governo Regional dos Açores e da Madeira.
De acordo com os dados apurados pela OF, existem em cada um
dos arquipélagos mais de 20 farmácias com farmacêuticos habilitados para a
administração de vacinas, que podem dar um importante contributo para o aumento
da cobertura vacinal e para o sucesso da campanha de vacinação.
O bastonário recorda ainda a estratégia desenvolvida no
continente, bem como a prática adotada em vários outros países europeus,
colocando-se à disposição para analisar o envolvimento e benefícios da participação
dos farmacêuticos na campanha de vacinação que em breve se iniciará nas regiões
autónomas.