O Conselho Farmacêutico Nacional, órgão consultivo da Ordem dos Farmacêuticos (OF) que junta profissionais de diferentes áreas de atuação, reuniu-se no sábado, dia 25 de outubro, no Porto, para uma reflexão alargada sobre os atuais desafios éticos na saúde e o seu impacto na prática farmacêutica.
A Secção Regional do Norte da OF foi o ponto de encontro do Conselho Farmacêutico Nacional, que se centrou nos aspetos éticos emergentes na área da saúde, nomeadamente a distinção entre moral e ética, o equilíbrio entre os direitos individuais e os deveres profissionais, a objeção de consciência e a escusa de responsabilidade, o impacto da inteligência artificial, entre outros. A discussão contou com a participação da Presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV), Maria do Céu Patrão Neves, e do Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF), Helder Mota Filipe.
No rescaldo da sessão, o Bastonário da OF referiu que a questão do equilíbrio entre os direitos dos farmacêuticos à objeção de consciência e do doente aos cuidados de saúde gerou uma “discussão muito interessante”, salientando que, depois de uma “reflexão interna alargada”, a OF poderá “aprofundar as suas diretrizes para os profissionais relativamente ao exercício de um e de outro destes direitos” e às “condições que devem ser tidas em consideração” nestes casos.
Na parte da tarde, foram apresentados os resultados de um estudo realizado pela Sociedade Portuguesa de Farmacêuticos dos Cuidados de Saúde sobre a formação pré-graduada em Portugal, bem como o Pacto pela Valorização da Profissão e da Atividade do Farmacêutico Comunitário, promovido pela Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos. O Bastonário considerou que estes dois momentos “geraram uma discussão muito interessante entre os representantes da profissão farmacêutica relativamente à adequação da formação universitária dos farmacêuticos e até às principais áreas do desenvolvimento da profissão e a ligação entre a universidade e o acesso às especialidades e às competências e o ensino pós-graduado”.
As conclusões do Conselho Farmacêutico Nacional vão contribuir para a definição de estratégias futuras da Ordem dos Farmacêuticos, reforçando o papel do farmacêutico como profissional de saúde comprometido com a ética, a ciência e o serviço à comunidade.